Da Redação
Está sendo realizada há quase duas horas a audiência do Supremo Tribunal Federal (STF) para tomada de depoimentos de testemunhas dos réus do Núcleo 1 da trama golpista, formado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro e mais sete denunciados pela Procuradoria-Geral da República (PGR). O relator do processo é o ministro Alexandre de Moraes. Uma das surpresas é a participação, por vídeoconferência, de Jair Bolsonaro.
O ex-presidente está vestido com camiseta amarela e tem uma bandeira do Brasil ao fundo da sala onde está sentado. Ele acompanha a tomada de depoimentos, assim como também o fazem os seus ex-ministros Walter Braga Netto, Augusto Heleno e Paulo Sérgio Nogueira. Dos quatro, Braga Netto é o único preso. Ele está vendo a sessão junto com seus advogados direto da Vila Militar, na zona oeste do Rio de Janeiro. Esta é a primeira audiência com depoimentos no caso.
Moraes presente
Os ministros Cármen Lúcia, Luiz Fux e Cristiano Zanin, integrantes da 1ª turma do Supremo, responsável pelo julgamento, também estão presentes, porém na sala de audiências somente Alexandre de Moraes se encontra ao lado das testemunhas.
Não é de praxe o ministro relator participar das oitivas. Geralmente, quem faz as audiências são os juízes instrutores do gabinete. Apesar disso, Moraes optou por estar presente nesse primeiro momento que engloba testemunhas da Procuradoria-Geral da República (PGR), como o general Freire Gomes, que foi comandante do Exército no fim do governo de Bolsonaro.
Pessoas arroladas
Estão sendo ouvidas as primeiras testemunhas de defesa e de acusação que foram arroladas pela PGR, responsável pelas acusações contra os réus. Os depoimentos estão sendo tomados simultaneamente, para evitar a combinação de versões entre os depoentes.
O principal depoimento será do general Marco Antônio Freire Gomes, comandante do Exército no governo de Jair Bolsonaro. Ele teria ameaçado dar voz de prisão ao ex-presidente após receber a sugestão para que as tropas aderissem à trama golpista.
O empresário Eder Lindsay Magalhães Balbino é outro que está na lista de depoentes. Dono de uma empresa de tecnologia da informação, ele é acusado de ajudar o PL, partido de Bolsonaro, na produção de um estudo para alegar fraudes nas urnas eletrônicas.
A procuradoria também indicou para testemunhar Clebson Ferreira de Paula Vieira, servidor que trabalhou no Ministério da Justiça na gestão de Anderson Torres. Ele teria presenciado a solicitação de relatórios de inteligência para embasar as operações da Polícia Rodoviária Federal (PRF) a fim de barrar o deslocamento de eleitores do Nordeste no segundo turno do pleito presidencial de 2022. O ex-coordenador de inteligência da PRF Adiel Pereira Alcântara é mais um que foi chamado para prestar esclarecimentos.
-Mais notícias serão divulgadas em breve.
-Com agências