O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, afirmou nesta quinta – feira(14/11) que as explosões que ocorreram, ontem a noite, na praça dos Três Poderes, demonstram o ódio político que se instalou no país e não são um fato isolado.
“O que ocorreu ontem não é um fato isolado do contexto. […] Queira Deus que seja um ato isolado, este ato. Mas o contexto é um contexto que se iniciou lá atrás, quando o famoso gabinete do ódio começou a destilar discurso de ódio contra as instituições, contra o Supremo Tribunal Federal, principalmente. Contra a autonomia do Judiciário, contra os ministros do Supremo e as famílias de cada ministro”, afirmou.
A declaração do ministro foi feita durante uma aula magna essa manhã no Conselho Nacional do Ministério Público. Moraes também defendeu a pacificação nacional, mas disse que ela não será feita com anistia (perdão) aos criminosos, tese defendida por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro.
“Não podemos ignorar o que ocorreu ontem. E o Ministério Público é uma instituição muito importante, vem fazendo um trabalho muito importante no combate a esse extremismo que lamentavelmente nasceu e cresceu no Brasil em tempos atuais. Nós precisamos continuar combatendo isso”,
Alexandre de Moraes citou o gabinete do ódio e os atos criminosos do oito de janeiro.
“Isso foi se agigantando e resultou, a partir da tentativa de descrédito das instituições, no 8 de janeiro. E o 8 de janeiro, o que ocorreu, o que vem sendo investigado e denunciado […] O STF já condenou mais de 250 pessoas pelos crimes mais graves”, afirmou.
As explosões em frente ao STF e no estacionamento do anexo II da Câmara dos Deputados estão sendo investigadas pela Polícia Federal, que não descarta ato de terrorismo. Francisco Wanderley, de 59 anos, morreu na Praça dos Três Poderes. O corpo dele só foi retirado na manhã desta quinta. Mais explosivos foram achados na casa alugada por ele em Ceilândia.
O Supremo Tribunal Federal também vai apurar o caso. Como Moraes já relata os inquéritos ligados aos atos antidemocráticos, deve ser designado relator do caso. No entanto, cabe ao presidente do STF, ministro Luís Roberto Barroso, decidir sobre a distribuição das investigações.