O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, determinou a extradição de 63 brasileiros envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023, que estão foragidos na Argentina. A decisão atende a um pedido da Polícia Federal, que mapeou o paradeiro dos suspeitos no país vizinho.
A ordem de extradição assinada pelo ministro foi encaminhada ao Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional, do Ministério da Justiça, e depois será enviada ao Itamaraty, responsável por realizar a comunicação formal com o governo argentino.
Os brasileiros foram investigados pela Operação Lesa Pátria e, segundo a Polícia Federal, muitos fugiram do Brasil a pé, de carro ou barco, após romperem tornozeleiras eletrônicas. A extradição dos foragidos depende de uma decisão final das autoridades argentinas. O governo de Javier Milei recebeu uma lista com cerca de 140 suspeitos brasileiros, sendo que em 63 casos foi confirmado que os suspeitos estavam no país.
A Argentina foi escolhida como destino por muitos dos foragidos devido à relação próxima entre o ex-presidente Jair Bolsonaro e o candidato à presidência argentino Javier Milei. No entanto, o porta-voz da presidência argentina, Manuel Adorni, deu entrevista à CNN Brasil em junho deste ano e negou qualquer pacto de impunidade e assegurou que cada caso será tratado de forma independente.
Extradição de Oswaldo Eustáquio
Além do pedido de extradição desses brasileiros, o ministro Alexandre de Moraes também determinou a extradição do blogueiro bolsonarista Oswaldo Eustáquio, atualmente foragido na Espanha. Eustáquio é investigado nos inquéritos das fake news e dos atos antidemocráticos, e enfrenta mandados de prisão por utilizar contas bancárias em nome de sua filha menor de idade para burlar bloqueios judiciais. O blogueiro, que já buscou abrigo em vários países, incluindo Paraguai, Argentina e Espanha, pediu asilo político ao governo espanhol, alegando ser um exilado político. A extradição de Eustáquio seguirá o mesmo trâmite legal dos demais.