O ex-vice-presidente do Instituto de Gestão Estratégica da Saúde do DF (Iges-DF) Caio Valério Gondim Reginaldo Falcão, o ex-diretor de Administração e Logística Antônio Carlos Garcia Martins, e a ex-chefe de gabinete da presidência Alessandra Lobato Nogueira Barros foram denunciados pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios por corrupção passiva.
A denúncia foi protocolada na segunda-feira (30/09) e será analisada pelo juíz da 8ª Vara Criminal de Brasília. Segundo o MPDFT, os ex-servidores teriam recebido propina para beneficiar ilegalmente uma empresa responsável pelo fornecimento de alimentos, a Salutar Alimentação e Serviços Ltda. Entre as transferências recebidas por pessoas ligadas à Caio Falcão estão valores de até R$ 100 mil.
Conforme a denúncia, a empresa foi contratada em abril de 2021 por R$ 73,7 milhões, mas os valores do contrato foram aumentando por meio de oito aditivos. O contrato chegou ao valor global de R$ 136.054.122,66 e seguiria até julho de 2025.
O Iges-DF faz a gestão do Hospital de Base, do Hospital Regional de Santa Maria e do Hospital Cidade do Sol, além das unidades de pronto atendimento (UPAs) de Brazlândia, de Ceilândia, de Ceilândia II, do Gama, do Núcleo Bandeirante, do Paranoá, de Planaltina, do Recanto das Emas, do Riacho Fundo II, de Samambaia, de São Sebastião, de Sobradinho e de Vicente Pires.
Entenda o caso
Em 28 de agosto, a Polícia Civil do DF deflagrou uma operação contra empresários e agentes públicos envolvidos no esquema de corrupção do Iges-DF. Foram cumpridos 20 mandados de busca e apreensão. Os policiais apreenderam R$ 100 mil em endereços ligados ao núcleo empresarial da empresa prestadora dos serviços e a servidores do Iges-DF.
Caio Valério, então diretor vice-presidente do órgão; e Antônio Carlos Garcia Martins Chaves, na época diretor de administração e logística, estavam entre os alvos da operação. Os servidores foram afastados do cargo após reunião extraordinária, convocada pela secretária de Saúde, Lucilene Florêncio.
Outro lado
Em nota, o Iges-DF informou que “tão logo foi deflagrada a primeira fase da operação Escudero, os dois diretores envolvidos foram afastados e, posteriormente, desligados, mediante decisão do Conselho de Administração do Instituto. Na segunda fase, que teve como alvo a então chefe de gabinete, assim que o Iges-DF teve acesso aos autos do processo, realizou o desligamento imediato da colaboradora”.