11h30- O ministro Alexandre de Moraes, relator das investigações no Supremo Tribunal Federal, abriu a audiência e informou as regras do depoimento. Na sequência, confirmou que se a testemunha estava pronta para começar.
11h37 – O Procurador-Geral da República, Paulo Gonet, iniciou as perguntas ao ex-comandante da Aeronáutica, Carlos de Almeida Baptista Júnior, que depõe como testemunha de acusação na trama golpista
11h38- O brigadeiro confirmou o depoimento que deu à Polícia Federal.
11h38 – Ele disse que não se lembra de ter encontrado nenhum processo de fraude e vulnerabilidade nas urnas.
11h38- Baptista Júnior confirmou que informou o presidente Bolsonaro que estava convicto em relação à segurança das urnas eletrônicas.
11h39 – Ele afirmou que foram levadas a ele diversas teses sobre o processo eleitoral.
11h41 – Paulo Gonet perguntou se Bolsonaro era informado sobre as questões do segundo turno.
11h43 – Baptista Júnior afirmou que o então presidente, no dia 14 de novembro, chamou o ministro da Defesa e os três comandantes das Forças Armadas para uma reunião. Segundo a testemunha, Bolsonaro entregou uma cópia do relatório sobre as urnas eletrônicas a cada um deles. O militar disse que alertou Bolsonaro que o documento tinha erros dizendo: “esse relatório estava muito mal escrito”, disse.
11h47 – Ele afirmou que esteve no Palácio da Alvorada em pelo menos cinco datas, entre elas, nos dias 2, 14 e 24 de novembro, mas disse que nunca esteve sozinho com o presidente.
11h48 – O almirante afirmou que após o dia 31, os militares passaram a ter receio de estabelecer a instalação da Garantia da Lei e da Ordem (GLO).
11h49 – Ele afirmou que no dia 1 de novembro, após a derrota das eleições, o presidente perguntou em uma reunião com o ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira e os três comandantes das Forças Armadas, se havia mais alguma solução jurídica a se tomar e foi respondido que não.
11h50 – O ex-comandante da Aeronáutica afirmou que em outro encontro, no dia 2 de novembro, Bolsonaro estava frustrado com o resultado das eleições e parecia deprimido. Segundo o almirante, o foco da reunião era a entrega do relatório.
11h51- Baptista disse que só começou a entender que o uso da GLO não seria para restabelecer a paz social, diante das manifestações em acampamentos e ameaças de greve de caminhoneiros, a partir do dia 11 de novembro. Depois disso, passou a “ficar desconfortável”.
11h52 – O brigadeiro afirmou que quando percebeu que se tratava de algo institucional, onde não caberia atuação dos militares, sugeriu que estava na hora de chamar outros participantes como o ministro da Justiça, Anderson Torres, para participar das reuniões.
11h55 – Baptista Júnior pediu para fazer uma retificação sobre o seu depoimento à Polícia Federal. O ex-comandante da Marinha disse não tinha mais certeza da participação de Torres na articulação do plano golpista.
11h56 – Ele afirmou que os militares não tinham o mesmo objetivo de instalação do mecanismo de Garantia da Lei e da Ordem que os outros integrantes das reuniões no Palácio da Alvorada.
11h59 – O ex-comandante da Aeronáutica confirmou que a possibilidade de prisão do ministro Alexandre de Moraes foi discutida nas reuniões.
12h – Ele afirmou que a postura do almirante Garnier, ex-comandante da Marinha, nas reuniões causava muito incômodo. “Não estava na mesma sintonia, na mesma postura que o general Freire Gomes”, afirmou.
12h02 – Baptista Júnior disse que, em uma das reuniões, o ex-comandante da Marinha falou que as tropas estariam à disposição do presidente.
12h03 – O ex-comandante da Aeronáutica afirmou que a minuta do golpe foi apresenta pelo ministro Paulo Sérgio para que todos analisassem. O almirante disse que perguntou: “esse documento prevê a não assunção do presidente eleito? Segundo ele, o general respondeu que sim. Depois de ter recebido a confirmação, Baptista Júnior disse que se negou a participar do plano e saiu da sala.
12h21 – Ele afirmou que não participou de uma reunião no dia 7 de dezembro com Bolsonaro e aliados.
12h22 – Afirmou, ainda, que não viu o almirante Garnier expressar publicamente concordância com a minuta.
12h26 – Moraes advertiu o advogado Demóstenes Torres, que defende Almir Garnier, em relação a insistência de perguntas sobre reuniões para discutir o uso da GLO.
12h27 – O advogado de Bolsonaro, Celso Vilardi, iniciou as perguntas à testemunha.
12h28 – Baptista Júnior afirmou que o objetivo de discutir o uso da GLO era restabelecer a paz, já que após as eleições “o nível de polarização estava muito perigoso’.
12h29 – Ao ser questionado sobre as medidas da GLO, ele afirmou que a Constituição não prevê intervenção militar.
12h30 – O brigadeiro disse que não se lembra de ter se reunido oficialmente com Bolsonaro em dezembro de 2022. Mas que, no fim do ano, se encontrou com o presidente em outras ocasiões como no dia 30 de dezembro, quando Bolsonaro viajou para os Estados Unidos.
12h32 – Baptista Júnior reafirmou que não leu a minuta do golpe no dia 14 de dezembro, quando ela foi apresentada em reunião no Alvorada. No entanto, admitiu que pode ter visto o documento em outro momento: “é possível que eu tenha recebido em algum grupo de WhatsApp “.
12h37 – O advogado de Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira dispensou os questionamentos.
12h38 – Jair Alves Pereira, que representa Mauro Cid, perguntou se o ex-ajudante de Bolsonaro participou de alguma reunião em que foi discutida a minuta. O ex-comandante da Aeronáutica respondeu que não.
12h39 – Eumar Roberto Novakci, advogado de Anderson Torres, agradeceu a retificação do depoimento de Baptista Júnior e não fez perguntas.
12h40 – Baptista Júnior disse que nunca conversou com o general Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional, sobre a minuta do golpe ou plano de ruptura do Estado Democrático de Direito.
12h42 – Ele afirmou que até hoje sofre ataques virtuais e que precisou fechar um de seus perfis na internet.
12h45 – O ministro Luiz Fux pediu esclarecimentos.
12h45 – O ex-comandante da Aeronáutica afirmou que Bolsonaro não falou abertamente sobre a tentativa de golpe. “Em momento algum, o presidente Jair Bolsonaro colocou dessa forma, de que estava objetivando um golpe de Estado”, afirmou.
12h46 – O ex-comandante da Aeronáutica respondeu à Fux que as medidas excepcionais não foram implementadas, devido “a não participação unânime das Forças Armadas”.
12h48 – Por fim, afirmou desconhecer qualquer ordem para desmobilizar os acampamentos.
12h49 – O ministro Alexandre de Moraes não fez perguntas e encerrou o depoimento.